Vou contar-vos um segredo que vai melhorar todas as bocas que queiram mandar sobre o Valter Hugo Mãe. Há um livro dele, O Nosso Reino, em que há um conceito um pouco estranho, digamos assim, e que consiste nas pessoas terem uma luz no cu. Exacto. Luz. Cu. Luz no cu. Estão a ler bem. Já não me lembro de grandes pormenores, mas toda a gente tem uma, no livro. Portanto, não venham cá com essas piadinhas de ele ser um sentimentalóide. Que raio de sentimentalóide se ia lembrar de pôr uma luz no rabo das pessoas? Não sei. É todo um novo nível de sentimentalismo. Fico à espera de uma teoria.
*geralmente o ódio é comum aos dois autores.
8 comentários:
Nem compares o JLP com o VHM, não há comparação, nem que seja pelo facto do JLP ouvir heavy metal, garante-lhe logo ali um nível de não mariquice que o outro não tem.
Não é a mim que tens de te desculpabilizar por gostares de JLP. :D
Gosto dos dois, lembras-te?
Já agora, sabes o que é que o VHM ouve? Quer-me parecer que não. Já hoje te surpreendeu por querer que o Lobo Antunes ganhasse o Nobel. Qualquer dia são melhores amigos :)
Ahahaha, o homem é simpático, tenho que admitir isso...
O nosso reino foi o primeiro livro que li do vhm. Não gosto de comparar autores, por isso não vou fazê-lo mas, sendo salvo erro o primeiro que escreveu, e não tendo lido os mais recentes, o meu problema com ele é o sacríficio da história em função do rendilhado do estilo literário.
Não sei se me faço enteder mas não é sentimento a mais, nem luzes no cu a menos, mas sim gostar de se perder na fórmula estética em que se expressa (e que tem capacidade) e deixar o leitor ali a marinar no caldo em círculos...
São gostos, mas prometo ler mais uma ou duas obras para tirar isso a limpo.
Gosto tanto de um como do outro. São sentimentos diferentes é certo, mas pronto, isso faz de mim uma fashion-ó-literária? É que parece que a moda, mais do que gostar de ambos os escritores, é escrever coisas feias sobre eles.
Mak, O nosso reino foi o segundo livro dele. Para mim foi uma desilusão, especialmente porque vinha d'A máquina de fazer espanhóis, que adorei e que recomendo como próxima leitura.
Entretanto, comecei a ler A desumanização e senti aquilo de que falas. Parei porque neste momento não estou com feitio para aquilo, mas sei que vou hei-de voltar a ler e gostar. São gostos, como dizes ;)
Ana, a moda é essa e é coisa para me tirar do sério, especialmente porque a maioria das pessoas se baseia em entrevistas dele para tirar conclusões sobre o que ele escreve. Confesso que li umas coisas, agora nesta anunciação d'A desumanização, que me deixaram com sérias dúvidas quanto à sanidade mental dele, mas como fiquei muito bem impressionada com A máquina de fazer espanhóis, estou-me a borrifar para o que ele diz cá fora.
Isto com livros é como com filmes, é virtualmente impossível avaliar o valor de uma obra/autor sem ver como resistem ao tempo. E isso só é possível anos mais tarde.
Quando se falam em tendências, em estilos, quando determinadas correntes estão em voga é natural que surjam vários (bons?) exemplos à altura que não sobrevivem à erosão do tempo. Ou sobrevivem muito poucos.
E depois também tens escritores que só têm uma obra de vulto e o resto são aproximações (quando existem)...
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